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SINOPSE DA «CONSPIRAÇÃO DOS FIDALGOS»

No final do Século XVIII, a aristocracia canavieira do nordeste brasileiro vivia os seus últimos dias de esplendor, manchados por uma horrível cicatriz social: a escravidão negra.

As enormes quintas do sertão, conhecidas por engenhos de açúcar, como autênticas vilas, são muitas vezes povoadas por dezenas ou mesmo centenas de escravos envolvidos no cultivo da cana-de-açúcar. Comandados por um escasso número de colonos brancos, estes pouco ou nada sabem dos costumes religiosos dos negros.

Engenho de Açúcar



No vilarejo de Nossa Senhora da Conceição, a vida de Miguel Herculano, ainda menino, será para sempre alterada assim que a fúria de um dos deuses africanos é supostamente despertada contra a família desta última geração de senhores da cana.

Relatando a sua vida desde a sua infância, passando pela sua educação e as primeiras paixões adolescência adentro, este protagonista fala-nos dos ocorridos funestos que enfrentou e que lhe reforçaram a convicção de que fora indelevelmente marcado algures no passado.

Fugindo de um destino ingrato e também por amor, Miguel Herculano será forçado a trocar o pequeno lugar onde cresceu pela luxuriante Lisboa do início do Século XIX. Que efeitos terá a vida agitada da corte, centro da metrópole, quando antes a única capital em que estivera fora São Salvador da Bahia? Ainda mais grave, o facto de chegar num dos piores momentos já enfrentados pela monarquia portuguesa, ameaçada então pelo poderio bélico napoleónico.

Aos poucos, vê-se envolvido numa das mais obscuras conjuras documentadas na história joanina, a "Conspiração dos Fidalgos", levada a cabo por ninguém mais que a esposa do Príncipe Regente D. João VI, a Princesa Carlota Joaquina. Enquanto isso, terá a oportunidade de fazer novos amigos, cruzando-se com nomes como Bocage, um dos maiores poetas da nacionalidade, ou Alberto, uma metáfora da valentia e simplicidade do povo português. Procurando encontrar-se no meio de tantos acontecimentos, Miguel poderá acabar por perder-se nesta teia de intrigas e egos, definitivamente, para sempre, em especial quando o destino o coloca frente a frente, mais uma vez, com aquela que poderá ser a sua grande e verdadeira paixão...

Será possível que o encadear dos acontecimentos seja ditado por um mero capricho de um deus? E que saída terá Miguel, ao mesmo tempo com que se debate com as suas dúvidas amorosas, com os inimigos que a sua missão lhe impõe e com a iminência das invasões francesas napoleónicas à capital? 

Lisboa, Início do Século XIX