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 BREVE RESUMO SOBRE AS PRINCIPAIS PERSONAGENS HISTÓRICAS DO ROMANCE:





D. João VI (1767-1826) e Carlota Joaquina (1775-1830)


Carlota Joaquina e D. João VI, Reis de Portugal

Rei e Rainha de Portugal. Um dos mais polémicos e tumultuosos casais da realeza lusitana. D. João nunca fora preparado para assumir a coroa, até o seu irmão mais velho, o príncipe D. José, morrer em 1788, vítima de varíola. Para piorar a situação, a Rainha-Mãe é interditada em 1792, precipitando a regência de D. João. A sua audaciosa esposa e mãe do infante D. Miguel, que viria a mergulhar o país numa guerra civil, nunca se contentou com o passivo papel de consorte. É realidade histórica as constantes movimentações que pôs em marcha para assumir os poderes do marido. A Conspiração dos Fidalgos foi só um destes episódios, ocorrido entre 1805/6. Especula-se que D. João possa ter sido assassinado por Carlota, que o teria envenenado com arsénico. A morte da tirana está igualmente envolvida em mistério: supostamente ter-se-á suicidado na sua quinta em Queluz.



Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (1765 – 1805) 

Poeta Bocage
Poeta português, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX. Teve uma vida breve e conturbada: o pai foi preso quando tinha 6 anos e a sua mãe faleceu aos dez. Em 1781 assentou praça como voluntário até 1783, partindo para o Brasil três anos mais tarde. A cidade do Rio de Janeiro fascinou-o e por sua vontade teria por lá permanecido, tendo, para o efeito, dedicado ao vice-rei algumas poesias cheias adulatórias. O estratagema não surtiu efeito e teve de prosseguir viagem rumo às Índias. Em 1790 foi convidado a aderir à Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, onde adoptou o pseudónimo Elmano Sadino. Sete anos mais tarde o Intendente Pina Manique atira-o para os calabouços da Inquisição e no início de 1798 dá entrada no Real Hospício das Necessidades, de onde viria  a sair em 1801, supostamente “vergado” ao statos-quo.

António de Araújo Azevedo
António de Araújo Azevedo (1754-1817)
Diplomata, cientista e político, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, chefiou o governo, ocupando um cargo semelhante ao actualmente designado por primeiro-ministro entre 1804 e 1807. Foi uma das figuras mais próximas de D. João VI, mas a sua influência foi minada com a transferência da Corte para o Brasil, uma vitória conquistada pelos apoiantes dos ingleses, ao passo que Araújo era ligado à corrente francófila. A química, a biologia e a botânica eram algumas das suas principais paixões. Ainda voltaria ao governo por mais seis meses em 1817, contudo, a sua saúde estava comprometida. Nascido em Ponte de Lima, ganha o título de conde da Barca em 1815. Faleceu no Rio de Janeiro dois anos depois.


António Baptista Abrantes (1737-1813)
Religioso, Franciscano da Ordem Terceira. Foi professor de árabe, capelão da armada e confessor da Princesa do Brasil. Faleceu no Rio de Janeiro em 1813.

Bernardo de Lorena, Conde de Sarzedas
Bernardo José Maria de Lorena e Silveira (1756-1818)
Administrador e Político. Quinto Conde de Sarzedas, foi capitão-general (governador) da capitania de São Paulo de 1788 a 1797, capitão-general da capitania de Minas Gerais de 1797 a 1805, e vice-rei da Índia, de1806 a 1816. Os seus biógrafos sustentam que chegou a estar preso na torre do Bugio por conta da conspiração contra D. João VI, mas Lorena, assim como outros importantes envolvidos, foi um dos que foram afastados da Corte em missões de grande prestígio.

Junot



Jean-Andoche Junot (1771-1813)
Diplomata e militar francês, embaixador de França em Lisboa aquando da Conspiração dos Fidalgos. Posteriormente comandou a primeira invasão francesa a Portugal entre 1807-1808. Junot falhou em aprisionar a família real e foi posteriormente forçado a retirar-se depois de perder as batalhas da Roliça e do Vimeiro. Regressou na terceira vaga de invasões, em 1810, integrado no exército do general André Masséna. Suicida-se em 1813 diante de sinais de demência.


Manuel Vieira da Silva Borges de Abreu (1753-1826)
Médico particular e amigo próximo de D. João VI, que lhe concedeu em 1818 o título de primeiro barão de Alvaiázere. Formado na Universidade Coimbra, natural de Santarém, viria a falecer em 1826 na vila de Ourém.


Pedro José de Almeida PortugalPedro José de Almeida Portugal (1754-1813)
Militar, irmão mais novo da Marquesa de Alorna. Nascido em Lisboa, teve uma infância difícil, pois os seus pais foram aprisionados por conta do processo dos Távoras. Em 1799, foi incumbido por D. João de apresentar ideias para reorganizar o exército português por conta do agravar das tensões causadas pela Revolução Francesa. Na altura da Conspiração dos Fidalgos era governador militar da província do Alentejo. O envolvimento na conjura valeu-lhe o afastamento da Corte, a título de “inspecções” de infra-estruturas militares. Foi comandante da “Legion Portugaise” ao serviço de Napoleão, sendo, por isso, condenado à morte por traição em 1810, posteriormente ilibado. Morre doente em Koenigsberg, durante a retirada da Campanha da Rússia.

Lord Strangford

Percy Clinton Sydney Smythe «Lord Strangford» (1780 – 1855)
Diplomata irlandês, embaixador do Reino Unido em Lisboa à data das invasões Napoleónicas. Senhor de um talento precoce, terá sido escolhido para o cargo por ter traduzido as rimas de Camões para o inglês. Soube acautelar como ninguém os interesses ingleses, defendendo-os de forma implacável, pelo que recorreu a todo o tipo de expedientes necessários.



Rodrigo de Sousa Coutinho

Rodrigo de Souza Coutinho (1755 – 1812)

Diplomata e político. Natural de Chaves, nasceu no seio de uma família aristocrática, tendo como padrinho de baptismo ninguém mais do que o Marquês de Pombal. Sequaz das correntes apoiantes dos bretões, era por isso inimigo político de António de Araújo Azevedo, tendencialmente um pró-francês. Coutinho foi um liberal e apologista da abertura económica de Portugal e das suas colónias, nomeadamente do Brasil. Em 1808 ganhou o título de Conde de Linhares. Faleceu no Rio de Janeiro.


Tomás António Vila-Nova Portugal

Tomás António Vila-Nova Portugal (1755 – 1839)
Desembargador da Relação do Porto, formado na Universidade de Coimbra. Tornou-se ministro, assim como António de Araújo Azevedo, entre 1817 e 1821. Foi amigo íntimo e conselheiro próximo de D. João VI. Aquando do seu regresso para Lisboa, passou a viver na obscuridade e morreu quase na miséria.




Vicente José Ferreira Cardoso da Costa (1765 – 1834)
Natural do Brasil, formou-se em leis por Coimbra em 1785. Ingressa na magistratura como Desembargador da Relação do Porto em 1799. Organizou estudos sobre as leis de aforramento a pedido de Rodrigo de Souza Coutinho. A sua participação na Conspiração dos Fidalgos é envolta em brumas, tendo sido desterrado para os Açores em 1810, sob outras acusações. Morre no exílio, em Ponta Delgada. 

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